O ronco é causado pela vibração que ocorre quando o ar encontra dificuldades para passar pela garganta ou pelo nariz.

Há alguns anos, o roncar durante o sono era considerado uma fatalidade intratável, era visto como algo banal e inocente. Na verdade o ronco pode ser um sinal de alerta, um indicador do estado neuromuscular do paciente. Evitar considerá-lo apenas humorístico representa o primeiro passo para o entendimento de sua complexidade. Na realidade, quem ronca dorme mais placidamente. Mas, com certeza, seu eventual acompanhante não.

Riscos e consequências

O ronco pode ser um sintoma da apnéia do sono (pequenas paradas respiratórias enquanto dormimos). O risco de pressão alta em quem ronca chega a dobrar após quatro anos com o problema. Também está associado à obesidade e até mesmo diabetes, elevando o risco de infarto agudo do miocárdio ou ainda acidente vascular cerebral.

Como se não bastasse os graves riscos à saúde, o ronco costuma provocar mau hálito. Por ser uma forma de respiração bucal, aumenta o ressecamento da mucosa oral, acelerando a descamação das células. O ronco e o mau hálito trazem um profundo prejuízo para a vida conjugal, familiar, social e profissional.

Causas

O fenômeno central para o surgimento do ronco consiste na garganta flácida. O tono dos músculos da garganta se reduz, levando progressivamente ao contato das paredes que gera vibração e o ruído característico.

O sono, além de provocar relaxamento muscular, altera a coordenação entre as contrações do diafragma e dos músculos da garganta. Normalmente, a inspiração inicia pelos músculos da asa do nariz e propaga-se pela faringe, laringe e parede torácica, até alcançar o diafragma. Suspeita-se que os roncadores sofram uma perda dessa coordenação herdada geneticamente.

Além disso, fatores anatômicos como obesidade, queixo pequeno, mordida estreita, céu da boca (palato) em formato de ogiva, amídalas e adenóides aumentadas, enfim, tudo que estreite a passagem do ar e facilite o contato entre as paredes da garganta propiciará o ronco.

O problema tende a se agravar com a idade, consumo de bebidas alcoólicas ou medicamentos ansiolíticos.

Dados

Aproximadamente 45% dos adultos normais roncam, pelo menos ocasionalmente, e 25% são roncadores habituais.

Diagnóstico

Para diagnosticar a doença, o paciente deve passar por um exame chamado polissonografia, que consiste no monitoramento do sono durante uma noite inteira, possibilitando uma avaliação correta e indicação da melhor forma de tratamento.

Tratamento

O tratamento do ronco pode ser bastante simples. Para os casos iniciais, a mudança de posição pode ser suficiente. Dormir de barriga para cima é a posição que mais causa ronco.

Elevar a cabeceira, com tacos sob os pés da cama soma-se ao efeito da posição. Evitar álcool e refeições pesadas antes de dormir pode resolver o problema por algum tempo.

O uso de aparelhos orais ou procedimento cirúrgico pode ser necessário, dependendo do grau de ronco.